domingo, 11 de dezembro de 2011

USO DE CARVÃO EM SUBSTRATOS

O carvão usado em churrasqueiras não deve ser usado como substrato, e sim o carvão novo, pois os que já foram usados prejudicam a planta. O carvão sozinho é ótimo para locais de clima úmido. Ele tem uma desvantagem: a necessidade de adubações mais freqüentes. Ele é muito leve, não segura a planta e, em razão de sua porosidade, tende a acumular sais minerais. Por isso, precisa de regas freqüentes com água pura. A durabilidade dele é cerca de cerca de 2 anos. Depois disso ele fica saturado de sais minerais e começa a esfarelar, e deve ser adubado semanalmente. á em locais de clima seco, deve ser acompanhado de outro substrato que retenha umidade (como o pinus, por exemplo). Você até pode usá-lo em grandes quantidades na mistura, mas o ideal é que fossem com medidas proporcionais aos outros componentes de substratos, exemplo: 1 parte de carvão vegetal triturado, uma parte de fibra de coco desfribada, uma parte de casca de pinus, etc. A DICA VEM DE SONYA, DO PLANTASONYA

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Doenças das Plantas : sintomas, causas e tratamentos

Sintomas – Alguns galhos estão crescendo de forma exagerada e as folhas ficam claras e grandes.
Causas – Iluminação deficiente e excesso de nitrogênio,
Providências - Colocar em local onde a incidência de luz solar se faça diretamente sobre as folhas por um período maior.

Sintomas – As folhas ficam amareladas, dobram-se e murcham.
Causas – Excesso de calor.
Providências – Mude o local por um mais ventilado e fresco.

Sintomas – As RAIZES estão saindo pelos buracos de drenagem.
Causas – Vaso pequeno.
Providências – Periodicamente é necessário trocar a terra dos bonsai e podar as raízes. Faça isto no período e na freqüência correta.

Sintomas – Sobre as folhas existe um pó branco, parecido com sal.
Causas – Acumulo de cálcio e sais, da água da rega, sobre as folhas.
Providências – Limpar as folhas com pano ou algodão embebido em um pouco de óleo vegetal.

Sintomas – As folhas estão furadas, raspadas e com rastros líquidos.
Causas – Ataque de lesmas.
Providências – Retire e mate as lesmas durante a noite. Faça uma armadilha com um copo de cerveja perto do vaso. Elas irão beber e se afogar.

Sintomas – As folhas estão com manchas coloridas pequenas. Elas murcham e morrem depois de um tempo.
Causas – Ataque de Fungos.
Providências – Destrua as folhas infectadas e não molhe as folhas nas regas. Diminua a freqüência das regas e coloque a planta em local bem arejado.

Sintomas – As folhas estão dobrando e minhas flores estão feias. Não estou crescendo.
Causas – Ataque de ácaros.
Providências – Lavar a parte aérea do bonsai com água morna ( Use chuveirinho do Banheiro). Aplicar inseticida adequado. Procure orientação.

Sintomas – Está ficando feio, as folhas apresentam manchas brancas que posteriormente ficam amarelas. Teias de aranha estão entre os galhos.
Causas – Ataques de ácaros vermelhos ou verdes.
Providência – Lavar a parte aérea do bonsai com água morna ( Use chuveirinho do Banheiro). Aplicar inseticida adequado. Procure orientação.

Sintomas - Minhas folhas estão com um liquido pegajoso.
Causas - Este liquido é excremento de insetos. Sinal de infestação.
Providências - Lave a parte aérea do Bonsai com água morna e detergente. enxágüe com água morna. Pulverizar com inseticida.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Rosa do deserto (Adenium obesum) - cuidados básicos

Modelagem

Há colecionadores e produtores que utilizam de algumas técnicas básicas de cultivo do bonsai como aramação, tencionamento dos galhos e enxertia para extruturar a sua forma.

A técnica de enxertia permite a produção de flores de cores diferentes em mesmas plantas e um aumento nas suas ramificações.

O replantio com troca de substrato deve ocorrer de 8 meses até 2 anos, dependendo do desenvolvimento e enraizamento da planta. A cada troca de substrato pode-se deixar mais larga e aparente a sua base de raízes, permitindo que, a cada ciclo, a planta tenha sua estrutura de base (nebari) mais exposta, valorizando a sua forma e dando o aspecto de um baobá bem velho.

Sua seiva é tóxica e devemos trabalhar sempre com luvas para não queimar as mãos ou ocasionar uma reação alérgica.

Hoje, rosas do deserto de espécies raras e com uma modelagem aprimorada, são muito valorizadas e alcançam altos preços no mercado mundial. A cada dia mais colecionadores e associações surgem em todo mundo. Mesmo em países de clima mais frio são cultivadas em estufas, para suportar o inverno, mas se tornam semi-deciduas. As rosas do deserto morrem em temperaturas inferiores aos 14° graus.

As podas na rosa do deserto devem ser cuidadosas e bem estudadas. Como é uma suculenta os cortes devem ser muito limpos para não criar deformidades e calosidades. Deve-se usar cicatrizante de boa qualidade para se obter um resultado bem natural, não observando na planta a intervenção do artista.

Adubação e solo

Como é uma planta de deserto, deve ser cultivada em sol pleno. Se for plantada em meia sombra deve receber um mínimo de 4 horas de sol indireto por dia ou não irá produzir flores. Deve-se ter o cuidado de não encharcar o solo e apenas regar a flor do deserto quando o substrato estiver bem seco.

O solo deve ser altamente drenoso, arenoso, rico em nitrogênio e fósforo. Devemos enriquecê-lo com matéria orgânica para ajudar no desenvolvimento do tronco e proporcionar uma bela floração.

Sua propagação se dá por sementes, já que necessita de polinização manual para sua reprodução, ou então deve-se adotar o método de mudas por estaquia.

O Adenium é uma escultura viva. Observar as formas exóticas que ele adquire no seu habitat é impressionante. A ilha de Sócotra é famosa por obter no seu ecossistema diversas espécies de sulculentas gigantes.

sábado, 26 de novembro de 2011

Alporquia




1
devemos escolher um ramo de uma planta adulta. Esse ramo deve possuir de 1 a 3 cm de diâmetro. No ramo escolhido, fazendo um anelamento (retirada da casca) com a ajuda de uma lâmina afiada (faca, canivete, estilete, etc.), sendo este anel formado de 3 a 5 cm de largura.

2
Cobrimos a parte anelada com um material úmido que retenha bem a água, que pode ser: esfagno, mistura de esterco e serragem úmida, entre outros possíveis. Prendemos o material com um plástico, que deve ter as suas pontas bem amarradas. Assim, ocorrerá o enraizamento do material com o passar do tempo, no local cortado.

3
Devemos passar a muda a um substrato adequado, sem que j á seja plantada no seu local definitivo, já que a muda ainda é muito frágil. Essas mudas devem ser mantidas por um certo período em um local protegido do sol forte, molhado constantemente, sem encharcar, até que a muda se torne forte o bastante para ser plantada no seu local definitivo.

A alporquia é um dos métodos de propagação vegetativa mais antigos. Indícios histórios mostram que os chineses já a utilizavam há 4 mil anos com sucesso. Devido ao fato de não ser tão agressivo como a estaquia, a alporquia é um método indicado para plantas que têm dificuldade de enraizar por estacas e para aquelas que queremos rejuvenescer. A alporquia é muito semelhante à mergulhia, diferindo desta por ser utilizada sem vergar os ramos até o solo, levando pelo contrário o solo até o ramo. A alporquia também pode ser chamada de mergulhia-aérea.

O método consiste em estimular o crescimento de raízes em um ramo ou no caule principal de uma planta, sem que esta seja separada da planta mãe. Desta forma, o ramo que está se desenvolvendo, continua sendo alimentado com seiva, sem sofrer com a desidratação e o enfraquecimento que geralmente acontecem na estaquia. Em larga escala, a alporquia é um método caro e de baixo rendimento, se comparado à estaquia, portanto é indicado apenas para plantas que têm dificuldade de se propagar por outros métodos.

A alporquia além de método de propagação, também é uma ótima maneira de rejuvenescer plantas que se desenvolveram demais em altura e apresentam caule compridos e desfolhados. A alporquia com esta finalidade é comum em Fícus, Dracenas, Crótons, Comigos-ninguém-pode, Filodendros, etc.
Alporquia
O local da anelamento deve ser coberto
  com esfagno e protegido com plástico

Há duas principais maneiras de se fazer a alporquia. Uma destina-se principalmente a ramos herbáceos e semi-lenhosos, e consiste em se fazer um pequeno corte transversal no ramo, mantendo-se o corte aberto.

A outra é mais indicada para ramos lenhosos e trata-se de se fazer dois cortes circulares e paralelos e o descascaque do local, permanecendo um anel, chamado de anel de Malpighi. A diferença principal entre os métodos é que o primeiro não interrompe a circulação de seiva elaborada, sendo mais suave, e o segundo permite apenas a circulação de seiva bruta, interrompendo totalmente a passagem da seiva-elaborada. O anelamento também pode ser realizado através do amarrio de um arame metálico, chamado de “forca” ou “torniquete”. Pode-se fazer ainda um anel incompleto, com um pequeno segmento permitindo a passagem de seiva elaborada.

Após o corte, em qualquer um dos métodos, se procede à aproximação de musgo, esfagno ou outro substrato úmido, envolvendo bem o local, com a utilização ou não de hormônio enraizador no local do corte. Cobre-se então o substrato com plástico, preferencialmente escuro, amarrando-se em ambas as extremidades com barbante ou fita adesiva, sem apertar. Pode-se deixar um pequeno orifício na parte superior que permita regar o substrato.

Com o passar de algumas semanas ou meses, dependendo da espécie, as novas raízes já estarão bem formadas e o alporque poderá ser cortado, logo abaixo das raízes e replantado em um vaso. As raízes nesta fase, são muito finas e delicadas e ao se retirar o plástico, o pequeno torrão deve ser preservado. Após o plantio em vasos, as mudas assim formadas devem permanecer em estufa úmida até o completo enraizamento, antes do plantio no local definitivo.
Plantas indicadas para propagação por alporquia:
Pitangueira
É possível fazer alporques em muitas
frutíferas, como pitangueiras


    * Azaléia
    * Bordos (Acer sp)
    * Cerejeira
    * Cipreste
    * Pitangueira
    * Romã
    * Jabuticabeira
    * Azevinho
    * Camélia
    * Laranjeira
    * Macieira
    * Nogueira-pecan
    * Pereira
    * Gardênia
    * Magnólia
    * Roseira
    * Dracenas
    * Comigo-ninguém-pode
    * Ficus
    * Filodendro
    * Monstera
    * Cróton
    * Falsa-arália
    * Tuias
    * Pinheiros

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Doenças das Plantas : Lacerdinhas

Thysanoptera, Tripe ou Lacerdinhas
Eles são muito conhecidos como Tripes ou lacerdinhas, atacam muito as folhas dos fícus, fazendo com que elas venha a enrolar/dobrar, assim ali os lacerdinhas se multiplicam danificando todas as folhas.

Como combater: A melhor maneira para combater é o uso de inseticida que se compra em supermercado (SBP casa & jardim), aplicar nas folhas todas e depois de dez minutos retirar as folhas que estão fechadas. Primeiro molhe a planta toda para não aspergir o veneno sob ela seca. Coloque o veneno em spray. Depois de dez minutos retire as folhas afetadas, limpando a arvore da infestação. Se tratar-se de um ficus basta usar uma tesoura simples afiada. Costumo, após esta fase acopmpanhar a planta todos os dias pela manhã e aparecendo novas folhas enroladas simplesmente as corto, sem necessidade de uso de veneno. Com o passar dos dias a infestação some da planta inteira.

sábado, 19 de novembro de 2011

Enraizantes para alporquia

O pó milagroso enraizador é o AIB (ácido indol-butírico à 2000 ppm) . Os interessados entrem em contato com Fábio Cruvinel. CX Postal 62. Santa Izabel. PA. Cep 68790000. Cada pacotinho tem cerca de 5g, se não estou enganado, e custava R$ 15,00 no início do ano. É usado em estaquias e alporquias, pincelando misturado à acetona, ou, se forem muitas estacas, dissolvendo em água e mergulhando-as por 24 horas. É muito bom. Vale a pena experimentar!

Num alporque de piteco utilizei como substrato a vermiculita isolada (excelente). O resultado salta aos olhos. São muitas raízes em apenas 30 dias, mas não esqueça da tiamina duas vezes por semana.

domingo, 13 de novembro de 2011

Tudo sobre Araucarias

Textos Sobre Araucarias colhidos na internet:

Araucaria angustifolia (Araucaria)
Texto produzido pela Acadêmica Aline Angeli
Supervisão e orientação do Prof. José Luis Stape
Departamento de Ciências Florestais - ESALQ/USP
Atualizado em 22/10/2003

O gênero Araucária L. Jussieu, cuja origem remonta há cerca de 200 milhões de anos, é composto por 19 espécies de ocorrências restritas ao hemisfério Sul, na Austrália, Papua Nova Guiné, Nova Caledônia, Vanuatu, Ilha Norfolk, Brasil, Chile e Argentina.

A espécie Araucaria angustifolia é nativa do Brasil e possui uma ampla área de distribuição, contribuindo para que o pinheiro-do-paraná se diferencie em raças locais ou ecotipos (Gurgel et al., 1965), descritos por Reitz & Klein (1966) em variedades, a saber: Araucaria angustifolia: elegans, sancti josephi, angustifolia, caiova, indehiscens, nigra, striata, semi-alba e alba (Carvalho, 1994).

A despeito de ocupar extensas áreas, a sua exploração indiscriminada colocou-a na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (Brasil, 1992). Dos 20 milhões de hectares originalmente cobertos pela Floresta de Araucária, restam, atualmente, cerca de 2% dessa área. Particularmente no Estado do Paraná, as serrarias e o uso industrial foram as principais responsáveis pelo desmatamento (Gurgel Filho, 1990).

Corte Ilegal de Araucária

No Brasil, muitos estudos são realizados por entidades de pesquisa para conservação e manutenção da variabilidade genética dos pinheirais remanescentes. Atualmente, a modalidade de conservação in situ é a que apresenta maiores dificuldades para ser executada, não apenas pela fragmentação das populações naturais e pelo longo ciclo reprodutivo (a produção de sementes normalmente ocorre após 15 a 20 anos de idade), mas principalmente pela pressão de ocupação do meio rural.

Taxonomia

Ordem: Coniferae
Classe: Coniferopsida
Família: Araucariaceae
Espécie:: Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze.
Nome comum: Pinheiro-do-Paraná, Pinheiro-Brasileiro, Brazilian Pine

Informações Botânicas

A) Reprodução:

Trata-se de uma planta dióica (há árvores femininas e masculinas), podendo ser monóica quando submetida a traumas ou doenças. Há predominância de pinheiros masculinos tanto em áreas de ocorrência natural, como em plantios (Bandel & Gurgel, 1967). A floração feminina ocorre o ano todo; já a masculina ocorre de agosto a janeiro.

A polinização é predominantemente anemocórica (pelo vento) e, dois anos após esse evento, as pinhas amadurecem.

Cone de Pólen

Em plantios, a produção de sementes (pinhões) se inicia entre 10 e 15 anos; enquanto que nas populações naturais, essa fase se inicia a partir do vigésimo ano. Iniciado a produção de sementes, a árvore produz em média 40 pinhas por ano ao longo de toda sua vida (mais de 200 anos).

Cone de Semente

B) Descrição

A Araucária é perenifólia, com altura variando de 10 a 35 m e DAP entre 50 e 120 cm, quando adulta. O tronco é reto e quase cilíndrico; se ramificando em pseudo-verticilos, com acículas simples, alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas, podendo chegar a 6 cm de comprimento por 1 cm de largura. Possui casca grossa (até 10 cm de espessura), de cor marrom-arroxeada, persistente, áspera e rugosa.

Acículas

As flores são dióicas, sendo as femininas em estróbilo, conhecida popularmente como pinha e as masculinas são cilíndricas, alongadas e com escamas coriáceas, tendo comprimento variando entre 10 e 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm.

Os pseudofrutos ficam agrupados na pinha que, quando madura, chega a pesar até 5kg. Cada quilograma contém cerca de 150 sementes, que perdem a viabilidade gradualmente em 120 dias.

Os pinhões são ricos em reservas energéticas (57% de amido) e em aminoácidos.

Ecologia

O pinheiro-do-paraná, quanto ao grupo sucessional, é uma espécie pioneira e heliófila, que se estende sobre os campos, formando novos capoeirões, mas sendo beneficiada por leve sombreamento na fase de germinação e crescimento até 2 anos (Reitz e Klein,1966).

Considerando os aspectos fitossociológicos, a A. angustifolia apresenta regeneração fraca, tanto no interior da floresta, como em ambientes pouco perturbados, e ocorre associada às espécies dos gêneros Ilex (Erva-mate), Ocotea (Embuia) e Podocarpus (Pinehiro-bravo).

Área de Fragmento com Araucária

Mesmo sendo uma espécie exclusiva da Floresta Ombrófila Mista, o pinheiro-do-paraná ocorre em áreas de tensão ecológica com a Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa, bem como em refúgios na Serra do Mar e Serra da Mantiqueira. No decorrer dos períodos geológicos, a A. angustifolia apresentou dispersão geográfica bastante diversa da atual, pois foram encontrados fósseis no Nordeste brasileiro (IBGE, 1992).

A araucária interage intensamente com a fauna, que constitui um elemento muito importante para a dispersão das sementes. Entre estes animais destacam-se os roedores e as aves. Alberts (1992) cita, entre os roedores, as cotias, as pacas, os ouriços, os camundongos e os esquilos. Entre as aves são citados o papagaio-de-peito-roxo (Solórzano ,1999), a gralha-picaça e, em Minas Gerais, Bustamante (1948) cita os airus, a gralha azul e os tucanos.

Gralha Azul

Madeira

O pinheiro-do-paraná apresenta madeira moderadamente densa, com densidade aparente de 0,50 a 0,61g/cm³, a 15% de umidade ; e densidade básica de 0,42 a 0,48g/cm³ (Jankowsky et al., 1990). A coloração da madeira é branco-amarelada e bastante uniforme, sendo o alburno pouco diferenciado do cerne. A textura é fina e uniforme e a grã é direita.

A madeira é facilmente atacada por fungos apodrecedores e cupins, porém é altamente permeável aos preservativos, facilitando o tratamento da madeira.

Apresenta tendência à distorção e rachaduras, dificultando a secagem natural, e para se obter madeira de boa qualidade, é necessária a secagem artificial controlada (Jankowsky et al., 1990).

A madeira é de fácil trabalhabilidade, mas deve-se tomar cuidado ao aplainar ou resserrar a madeira de compressão, pois pode ocasionar distorções. É indicada para caixotaria, movelaria, laminados, tábuas para forro, ripas, caibros, lápis, carpintaria, palitos de fósforos, formas para concreto, marcenaria, compensados, pranchas, postes e mastros de navios(Mainieri, 1989).

Os nós da madeira do pinheiro-do-paraná apresentam alto poder calorífico e, portanto, é um bom combustível. Já foi largamente usado nas caldeiras de locomotivas e de embarcações. As cascas também possuem alto poder calorífico, por isso muito usada em fogões domésticos.

Segundo levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisas em Florestas Tropicais da Universidade de Santa Catarina, a madeira de araucária – com diâmetro à altura do peito superior a 40cm – é comercializada por R$160,00 a dúzia de toras e os produtores recebem, em média, R$70,00 por metro cúbico de madeira.

Usos Não-Madeireiros

A) Artesanato: o nó da madeira pode ser utilizado para confecção de utensílios domésticos, bem como matéria-prima para esculturas.

B) Uso medicinal: o costume popular indica que o pinhão combate azia, anemia e debilidade do organismo. As folhas cozidas são usadas no combate à anemia e tumores provocados por distúrbios linfáticos (Franco & Fontana, 1997). A infusão da casca mergulhada em álcool é empregada para tratar “cobreiro”, reumatismo, varizes e distensões musculares (Carvalho, 1994).

C) Recuperação de área degradada: utilizada para recomposição de mata ciliar, desde que o local não sofra inundações.

D) Alimentação: os pinhões constituem um alimento muito nutritivo e energético para alimentação humana, assim como para a fauna silvestre. No Estado do Paraná também é comum alimentar porcos domésticos com pinhões (Carvalho, 1994).

Aspectos Silviculturais

A araucária apresenta adaptabilidade satisfatória às condições de luminosidade em plantios a pleno sol. Porém, o melhor desenvolvimento é alcançado quando, no período juvenil, as mudas são cultivadas em condições de sombreamento. Quando adulta, a espécie é fundamentalmente heliófita.

O pinheiro-do-paraná tolera baixas temperaturas de até -5°C.

A poda é indicada a partir do terceiro ano de plantio, caso a madeira seja destinada à laminação ou quando o DAP atingir 10 cm na inserção dos galhos. A desrama natural não é suficiente para obter madeira de boa qualidade e sem nós, sendo necessária a desrama artificial (Hosokawa, 1976).

A regeneração do pinheiro-do-paraná é mais eficiente expondo-se as mudas a pleno sol e em solos de boa fertilidade, porém, algumas práticas silviculturais potencializam o desenvolvimento das plantas, quando adequadas ao sistema de implantação, tais como:

A) Semeadura direta no campo

Semeiam-se de 6 a 12 mil sementes por hectare e, posteriormente, faz-se a seleção deixando no campo as mudas mais desenvolvidas.

Obs.: Os pinhões recém-germinados podem ser atacados por animais silvestres (aves e roedores), principalmente se a oferta dessas sementes estiver escassa no campo.

B) Plantio de mudas

Pode-se usar espaçamento 3,0 m x 1,0 m para formação da população inicial considerando-se o plantio em área com vegetação matricial arbórea. É aconselhável produzir as mudas a céu aberto, rustificando-as, dessa forma, para suportarem as condições de campo.

C) Regeneração natural

Por se tratar de uma espécie heliófila, recomenda-se a abertura do dossel para aumentar a luminosidade no interior da capoeira, favorecendo o crescimento da araucária.

A A. angustifolia apresenta crescimento lento até o terceiro ano. A partir de então, o incremento corrente anual em altura é de 1 m, em condições adequadas e, após o quinto ano, o incremento. em diâmetro é de 1,5 a 2,0 cm. Segundo Webb et al. (1984), o incremento volumétrico anual médio varia de 7 a 23 m³/ha/ano.

Pragas e Doenças

Dentre as pragas que atacam a araucária, os Lepidópteros são as mais agressivas. Dentre tais insetos, destacam-se: Cydia araucariae (danificam principalmente as sementes); Dirphia araucariae (destroem as acículas); Elasmopalpus lignosellus (lesiona o colo das plantas jovens); Fulgurodes sartinaria (destroem as acículas).

Os fungos são os principais causadores de doenças no pinheiro-do-paraná. Entre os quais, destacam-se: Armillaria mellea (provoca armilariose); Cylindrocladium sp. (ataca plantas adultas, provocando amarelecimento e secando-as); Diplodia pinea (causa podridão) e Rosellinia bunodes (ataca plantas adultas, causando podridão-negra).

Produção de mudas em viveiro

A semeadura pode ser feita diretamente em recipientes, adotando-se saco de polietileno com dimensões de 20 cm de altura por 7cm de diâmetro, contendo, no mínimo, volume de 300 a 500 ml de substrato ou pode-se utilizar tubetes de polipropileno, com volume de 100 a 200 ml. O uso de recipientes com menor volume não é aconselhável, pois o pinheiro possui raiz pivotante bem desenvolvida, ou seja, a falta de espaço pode causar danos ao sistema radicular.

Muda de Araucária

A repicagem não é recomendada.

Dormência e Germinação

A dormência é superada deixando-se os pinhões mergulhados em água à temperatura ambiente por 24 horas. Essa prática provoca embebição que facilita o rompimento do tegumento externo (brácteas) das sementes.

O tempo de germinação para produção de mudas é muito desuniforme, podendo variar entre 20 e 110 dias e apresentar taxa de germinação de quase zero a 90% (Kunioshi, 1983)

Aspectos Mesológicos

A) Clima

Precipitação média anual: de 1400 a 2000 mm na Região Sul, com distribuição uniforme de chuvas e de 1200 a 2000 mm para a Região Sudeste, com chuvas concentradas no verão.

Temperatura média anual: de 13,2°C (São Joaquim-SC) a 21,4°C (Cianorte-PR).

Tipos climáticos de ocorrência: Clima tropical úmido, Clima subtropical úmido e Clima subtropical de altitude.

B) Solo

A Araucaria angustifolia é uma espécie muito exigente em condições de fertilidade e física do solo, principalmente para o fator profundidade. Os solos adequados para o cultivo do pinheiro-do-paraná são, portanto, os Latossolos Vermelhos com horizonte A bem desenvolvido, altos teores de cálcio e magnésio, profundos, friáveis, porosos, bem drenados, com boa capacidade de retenção de água e textura franca a argilosa (Hoogh, 1981).

O pinheiro ocorre naturalmente em solos originários de diversos tipos de rochas, como granitos, basaltos e sedimentares. Entretanto, as condições de solo que mais afetam o crescimento dessa espécie, são: deficiência de nutrientes, toxidez por alumínio e profundidade do solo, quando inferior a 1m. Lençóis freáticos a menos de 90 cm de profundidade tornam-se restritivos ao crescimento do pinheiro (Bolfini et al., 1980).

Indivíduos Remanescentes

Referências Bibliográficas

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BANDEL, G.; GURGEL, J.A.A. Proporção do sexo em Araucaria angustifolia. Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v.6, p.209-220, 1967

BOLFONI, D.; GALVÃO, F.; DURLO, M.A. Influência da profundidade do lençol freático no crescimento de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. In: CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL, 4., 1980, Nova Prata. Anais. Nova Prata: Prefeitura Municipal de Nova Prata, 1980. p.104-112.

BRASIL. Portaria nº. 06-N, de 15 de janeiro de 1992. Lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 23 jan. 1992. p.870-872.

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FRANCO, I.J.; FONTANA, V.L. Ervas & plantas: a medicina dos simples. Erechim: Imprimax, 1997. 177p.

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GURGEL, J.T.A.; GURGEL FILHO, O.A. Evidências de raças geográficas no pinheiro-brasileiro, Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. Ciência e Cultura, São Paulo, v.17, n.1, p.33-39, 1965.

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MAINIERI, C.; CHIMELO, J.P. Fichas de características das madeiras brasileiras. São Paulo: IPT, 1989. 418p.

MALINOVSKI, J.R. Métodos de poda radicular em Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. e seus efeitos sobre a qualidade de mudas em raiz nua. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1977. 113p. Tese Mestrado

REITZ, R.; KLEIN, R.M. Araucariaceae. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 1966. 29p.

SOLÓRZANO-FILHO, J.A.; KRAUS, J.E. Breve história das matas de araucária. In: SOCIEDADE BRASILEIRA PARA A VALORIZAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - BIOSFERA (Rio de Janeiro, RJ). Forest 99. Rio de Janeiro, 1999. p.37-40

WEBB, D.B.; WOOD, P.J.; SMITH, J.P.; HENMAN, G.S. A guide to species selection for tropical and sub-tropical plantations. Oxford: Commonwealth Forestry Institute, 1984. 256p. (Tropical Forestry Papers, 15).

Sites Indicados

www.conservation.org
www.fundacaoaraucaria.org.br
www.unicamp.br/nipe/rbma/ara01.html

Fontes das Fotos

Cone de Sementes e Gralha-azul: http://131.220.103.1/conifers/ar/ar/angustifolia.htm
Acículas: http://www.arboles ornamentales.com/Araucariaangustifolia.htm
Fragmento: http://www.forestryimages.org
Corte Ilegal e Indivíduos Remanescentes: http://www.rma.org.br
Cone de Pólen: http://www.jardimdeflores.com.br
Muda de Araucária: http://www.pinetum.org

 

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É uma conífera terrestre de solo seco, perenifólia, heliófita, usualmente dióica.[3][9] Sua forma é inconfundível, com um tronco colunar que pode chegar a 50m de altura e 2,5m de diâmetro, com uma casca rugosa e persistente de 15 cm de espessura, sustentando uma copa de simetria radial em candelabro ou umbela. Quando jovens, as árvores têm uma copa em cone.[3][10][11] De regra, porém, não atinge dimensões tão imponentes, com altura variando de 10 a 35m e diâmetro do tronco entre 50 e 120 cm, quando adulta.[3]

Sua morfologia apresenta variações de acordo com as condições de solo, competição e disponibilidade de luz. O tronco é ortotrópico, monopodial e com crescimento rítmico indefinido. O padrão de ramificação é também rítmico e os galhos apresentam um desenvolvimento siléptico. No adulto os galhos são arranjados em pseudoverticilos no tronco, sendo predominantemente plagiotrópicos com uma tendência ortotrópica dos ápices. Os ramos são arranjados nos galhos em pares, mais ou menos no mesmo plano.[12] Suas folhas, as acículas, são verde-escuras, simples, alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas, muito pungentes, podendo chegar a 6 cm de comprimento por 1 cm de largura.[3][11]

A casca externa tem cor marrom-arroxeada, é persistente, áspera, rugosa, desprendendo-se em lâmina na parte superior do fuste; a casca interna é resinosa, esbranquiçada, cor rosada.[1] Seus sistema radicular depende do tipo do solo. Quando em latossolos a planta produz uma raiz axial (ou pivotante) de cerca de 1,8m de profundidade, mas cresce como sistema fasciculado em litossolos ou solos muito úmidos, com crescimento lateral mais pronunciado.[13]

As flores femininas são estróbilos, conhecidos popularmente como pinhas, e as masculinas são amentos ou cones cilíndricos com escamas coriáceas que protegem os sacos de pólen, com comprimento variando de 10 a 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm.[3] As araucárias não têm frutos verdadeiros, ou seja, suas sementes não são envolvidas por uma polpa.[14] Os pseudofrutos ficam agrupados nas pinhas que, maduras, assumem uma forma esférica, com um diâmetro de cerca de 15 a 30 cm, e chegam a pesar 5 kg. As sementes, os pinhões, se originam em brácteas do amentilho feminino, desenvolvendo-se a partir de óvulos nus; são de cor marrom, cônicas, aladas, com cerca de 5 cm de comprimento, peso médio de 8,7g, ápice em espinho achatado e curvo; seu tegumento coriáceo esconde um endosperma nutritivo, ou amêndoa, rico em amido e aminoácidos, que envolve os cotilédones.[1][2][3][10]

ESTE LINK DA WIKIPEDIA É O MAIS COMPLETO SOBRE O ASSUNTO -RELER DE TEMPO EM TEMPOS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Araucaria_angustifolia